Ouro sofre pior queda desde 1980 e é cotado a US$ 1.361,10 em Nova York

Nova York, 15 abr (EFE).- O ouro desabou nesta segunda-feira 9,3% em Nova York, sua pior queda desde 1980, e fechou cotado a US$ 1.361,10 a onça depois que os decepcionantes dados sobre o crescimento da China provocaram uma baixa generalizada na cotação das matérias-primas.

No fechamento do primeiro pregão da semana na Bolsa Mercantil de Nova York, os contratos mais negociados de ouro, os de vencimento em junho, caíram US$ 140,3 a onça (queda jamais vista em três décadas) para fechar em seu nível mais baixo desde fevereiro de 2011.

Com isso, o metal precioso deu continuidade às fortes perdas da semana passada, quando recuou cerca de 5%, de modo que acumula uma queda superior a 20% desde que atingiu o recorde histórico de US$ 1.888,70 em agosto de 2011.

As perdas ocorreram em uma jornada marcada pela desaceleração da segunda maior economia do mundo, que no primeiro trimestre de 2013 cresceu 7,7% anualizado, dois décimos a menos do que nos últimos três meses de 2012 e abaixo do que esperavam os analistas.

Além destes números piores do que o previsto, a possibilidade do Chipre vender parte de suas reservas do metal para financiar o resgate europeu pressionou a cotação do ouro para baixo.

Como mais um fator, na semana passada os analistas do banco de investimentos Goldman Sachs revisaram para baixo suas previsões sobre o preço médio que o ouro registrará em 2013 para US$ 1.545 a onça, frente aos US$ 1.610 calculados anteriormente.

Desde o início de 2013, o mercado nova-iorquino registrou uma alta superior a 10%, com seus principais indicadores atingindo máximos históricos, por isso os investidores se afastaram de valores considerados refúgio como o ouro.

Desta forma, muitos decidiram se desfazer deste ativo devido à percepção de que o ouro já não é necessário como investimento estável frente ao vaivém da crise, embora analistas ainda afirmem que o metal continua sendo um porto seguro.

Para os especialistas, o ouro subiu nos últimos 12 anos em relação ao dólar e uma correção de sua cotação é natural.

Os contratos de ouro também sofreram fortes perdas no mercado de Londres, onde caíram 9,1%, até US$ 1.395, preço mais baixo em dois anos.

A fuga dos investidores se estendeu a todas as matérias-primas e atingiu também a prata, cujos contratos com vencimento em maio desabaram hoje 11%, até os US$ 23,36 a onça, nível mais baixo desde outubro de 2010. 

Fonte: uol economia